O segundo Concerto “Brandenburg” tem um conjunto a solo muito invulgar no manuscrito de apresentação de Bach, constituído por trompete, flauta, oboé e violino. Tendemos a pensar no trompete como um instrumento particularmente alto e o flautista como muito suave, embora os instrumentos da época de Bach tivessem sido mais equilibrados em termos de volume, e nas salas modestas em que esta música era executada, a flauta projectar-se-ia bastante bem. Embora seja possível que Bach tenha composto para estes quatro instrumentos a solo simplesmente porque eles estavam lá, é igualmente provável que ele os tenha escolhido precisamente pela sua diversidade. O facto de cada som ser tão diferente do outro facilita o acompanhamento dos seus feitos ao longo do concerto.
Como era típico na altura, Bach permitiu que a trompete descansasse durante o lento movimento do meio. Esta foi também uma decisão prática, pois o instrumento de latão ainda não conseguia tocar a escala completa, dificultando a sua colocação no movimento médio mais íntimo.