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Philip Kosloski – publicado em 09/01/20

A Bíblia apenas nomeia Gabriel, Miguel e Rafael, ao mesmo tempo que permite a possibilidade de mais milhares de arcanjos.

O mundo angélico é muito misterioso e pode ser confuso para nós humanos. Normalmente não vemos os anjos com os nossos olhos, embora muitos personagens bíblicos sejam registrados como tendo visões deles em forma corporal.

Em particular, muitos perguntam, “Quantos arcanjos estão na Bíblia?”

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No entanto, no livro de Tobias, quando Rafael revela sua identidade, o arcanjo diz: “Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão de pé e servem perante a Glória do Senhor” (Tobias 12:15).

Isto levou muitos a acreditarem que existem sete arcanjos. Este número também aparece no Livro de Enoque, um antigo escrito judeu que não é aceito como canônico nem nas Escrituras Hebraicas nem na Bíblia Católica.

Enoque lista sete arcanjos: Michael, Gabriel, Rafael, Uriel, Raguel, Fanuel, e Sariel. O nome Uriel também aparece em 2 Esdras, outro texto judeu que não está incluído no cânon oficial da Escritura, mas é aceito por algumas Igrejas Ortodoxas. Uriel é às vezes até retratado em ícones ou nos vitrais das igrejas cristãs.

Desde que algumas denominações cristãs aceitam estes nomes como “oficiais”, muitos católicos desenvolveram devoções a estes arcanjos extra-bíblicos. A Igreja Católica tem sido muito clara que isto é espiritualmente perigoso.

No Diretório sobre piedade popular, a Igreja declara: “A prática de atribuir nomes aos Santos Anjos deve ser desencorajada, exceto nos casos de Gabriel, Rafael e Miguel, cujos nomes estão contidos na Sagrada Escritura”.

A Bíblia é a nossa lista definitiva de arcanjos. Como católicos, só sabemos por certos três nomes de anjos de Deus. Qualquer outro nome é suspeito porque não é parte da revelação divina. Não sabemos se o nome Uriel é inspirado por Deus, uma invenção humana, ou o nome de um espírito malévolo.

Isso não significa que existem apenas três arcanjos. A Escritura é clara ao afirmar que poderia haver “milhares” de anjos ou uma “multidão” de anjos, como São Lucas menciona no nascimento de Jesus (cf. Lucas 2,13).

A criatividade de Deus não deve ser limitada a apenas três arcanjos, mas ao mesmo tempo não devemos desenvolver devoções a anjos que não são confirmadas pela Palavra de Deus.

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